quinta-feira, 15 de outubro de 2009

História, meio ambiente e aventura

O Grupo de Estudos Manoa (http://manoaexpedicoes.blogspot.com/), Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com sede em Blumenau-SC, é uma associação criada por estudantes e pesquisadores que visam preservar a riqueza histórica e natural do Brasil.

Expedições, pesquisas, documentação e discussões vêem sendo geradas desde 2004. Os objetos de interesse são: a preservação da fauna, flora, artefatos históricos, tradição oral e todos os temas afins da qualidade ambiental, social e do patrimônio histórico de uma cultura. O principal foco da pesquisa da associação é o caminho de Peabiru.

De 13 a 26 de outubro, você pode conferir imagens incríveis, resultado das expedições do grupo pelo Brasil, na exposição “Epistemologia de um caminho”, no Salão Angeli, da Biblioteca Central da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

Pelas trilhas do Peabiru


Para quem nunca ouviu falar, o Caminho de Peabiru era uma “estrada” milenar, transcontinental que ligava o oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando a América do Sul, unindo quatro países. No Brasil, passava por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e depois seguia para Paraguai, Bolívia e Peru, cortando mata, rios, cataratas, pântanos e cordilheiras. Ramificado em diversas trilhas, parece possuir ao todo cerca de cinco mil quilômetros, sendo 1200 km dentro do território nacional.

Forrada por um tipo especial de grama miúda e macia, tão fechada que impedia o crescimento de qualquer outra espécie de vegetal, mantendo a passagem sempre livre, a misteriosa e hoje quase desconhecida estrada, com um metro e quarenta de largura, serviu para os conquistadores europeus alcançarem a notável civilização Inca por terra, anos antes de Francisco Pizarro destruí-la quase completamente.

Uma das hipóteses sobre a construção do Peabiru supõe justamente que o caminho tenha sido uma tentativa de expansão do Império Inca na direção do Oceano Atlântico. Outra hipótese aponta na direção dos guaranis ou povos antecessores, como os itararés, entre os anos 1000 e 1300, que teriam construído o Peabiru durante sua migração para o litoral sul do Brasil, em busca de um paraíso, a lendária Terra Sem Mal. Uma terceira hipótese é que o Peabiru teria sido aberto por ninguém menos que São Tomé, o incrédulo apóstolo de Cristo. Diz-se que a comoção criada no século 16 pela descoberta de um Caminho de São Tomé por pouco não desbancou o célebre Caminho de Santiago de Compostela (Espanha).

O Peabiru foi quase todo destruído pela paulatina ocupação humana, restando ainda poucos vestígios. Muitos consideram os resquícios do Peabiru como um caminho sagrado, próprio para peregrinações pelo interior do Brasil, a partir de vários pontos do litoral, principalmente Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Desvendar essa trilha pode ser uma boa opção para quem gosta de dar um tempo da agitada vida urbana para se aventurar pelos mistérios da natureza nativa.

Serviço: Exposição “Epistemologia de um caminho” . De 13 à 26 de outubro . Segunda a Sexta, 08h às 22h, Sábados, 08h às 17h. Rua Antônio da Veiga, 140 – Bairro Victor Konder – Blumenau-SC

Fontes: nhttp://manoaexpedicoes.blogspot.com - http://www.brasilazul.com.br/peabiru.asp - http://www.caminhodepeabiru.com.br/ocaminho.htm

Um comentário:

Manoa disse...

oi! O Grupo Manoa Expedições agradece a postagem e o apoio ao nosso trabalho, no mês que vem nossa exposição estará no museu nacional do mar em São Francisco do Sul, onde será realizado um sarau lítero musical!
grande abraço!
Grupo de Estudos Manoa
manoaexpedicoes@gmail.com